
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionou, nesta sexta-feira (10), em entrevista exclusiva à CNN, como seria possível fazer uma política fiscal saudável com a atual taxa de juros, de 13,75% ao ano, que derruba a arrecadação e enfraquece a economia.
Fernando Haddad disse que está muito confiante na aprovação da reforma tributária no Congresso, e que ela é “muitonecessária”. Para o ministro, o principal ponto da reforma será o Imposto sobre Valor Agregado – IVA. “O coração dessa reforma é o IVA. Sem o IVA não existe reforma”, afirmou o ministro.
Além disso, Haddad afirmou que já está com a base pronta, dentro da equipe econômica, para a nova regra fiscal que deve substituir o antigo teto de gastos, e que a proposta tem sido “muito bem recebida” por economistas e especialistas. Sem dar mais detalhes, Haddad também afirmou que o novo arcabouço fiscal “não é uma regra de dívida”.
Sobre os efeitos dos juros altos, Fernando Haddad afirmou que está preocupado com o que está acontecendo no mercado. O ministro destacou que em locais como o bloco europeu e os Estados Unidos, a taxa de juros ainda está em patamar muito baixo, ou até negativo, apesar da inflação.
Sem citar nomes e situações diretamente, o ministro da Fazenda criticou o posicionamento político na cúpula do Banco Central. Haddad afirmou que após a autonomia, a equipe do BC deveria se abster da política.
Haddad também declarou que não há menor dúvida de que aconteceu uma fraude fiscal na Americanas, que está em processo de recuperação judicial. A questão, em sua visão, “está afetando a economia, está afetando os humores, está afetando o Banco Central, está afetando tudo.”
Ao ser questionado sobre a estagnação no Brasil vive, Fernando Haddad disse que o sistema de crédito no país é muito ruim e caro. “Nosso sistema de crédito é muito ruim. Nós não temos crédito no Brasil. Nosso crédito é escasso. É caro. Você não consegue empreender“, afirmou.