Prisão realizada durante a Operação Normandia I Foto: Sesed
Com a prisão de 18 suspeitos apenas na manhã desta sexta (1), o Governo do Estado acredita ter desarticulado uma quadrilha que atuava no litoral Sul através do tráfico de drogas e assaltos. O grupo também estaria envolvido na morte de agentes da segurança pública e é investigado pela série de ataques registrados no Rio Grande do Norte desde o início da semana.
“São dados colhidos do Sistema de Segurança Público e, portanto, seguros, que foram colhidos e cruzados que vão mostrar uma curva dos acontecimentos”, apontou Ana Cláudia Saraiva, Delegada-geral da Polícia Civil do RN durante coletiva de imprensa realizada com os diferentes setores que atuaram na força-tarefa.
As prisões ocorreram durante a Operação Normandia, realizada hoje pela manhã nas cidades de Natal, Parnamirim e Nísia Floresta. Durante as buscas, um dos suspeitos trocou tiros com a polícia, foi ferido, socorrido, mas não resistiu, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).
Na avaliação da Delegada-geral, a terça (14) foi não só o primeiro dia dos ataques, como também o mais violento, com o registro de quatro homicídios; 38 roubos; 58 disparos de arma de fogo; 21 invasões e arrombamentos; uma 1 depredação; e 83 incêndios.
Até agora, foram realizadas 93 prisões, dentre elas a de dois suspeitos de envolvimento na morte de um comerciante que era proprietário de um mercadinho no bairro Nossa Senhora de Nazaré, na Zona Oeste de Natal. A vítima foi baleada por dois homens que invadiram o estabelecimento.
Também foram realizadas prisões nos municípios de Coronel Ezequiel, Jaçanã e Caicó. Segundo a Polícia Federal, que também atua nos casos, novas prisões devem ser divulgadas em breve.
Morte de agentes
Pelo levantamento realizado durante as investigações, a organização movimentava, aproximadamente, R$ 150 mil por mês.
O dinheiro era repassado para José Kemps Pereira de Araújo (Alicate), de 45 anos, preso pela força-tarefa em janeiro em cumprimento a uma decisão judicial. Ele é apontado como um dos chefes de uma facção criminosa que atua no Rio Grande do Norte.
Na última quarta-feira (14), Alicate, como é mais conhecido, foi transferido da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, para o Presídio Federal de Mossoró, por ser apontado como um dos mandantes dos ataques criminosos que vem ocorrendo no Estado.
Vítimas da facção
Prisão realizada durante a Operação Normandia I Foto: SesedPelo menos quatro policiais foram alvos de atentados pela facção criminosa nos últimos três anos. Um policial e a esposa de um policial foram mortos.
No dia 4 de julho de 2021, o policial militar do RN, sargento Aryelton, foi assassinado em uma casa na praia de Camurupim, no município de Nísia Floresta, na Região Metropolitana de Natal.
Um ano depois, em 31 de julho de 2022, Rosely Dantas de Carvalho, esposa do sargento Adriano, da Polícia Militar e membro da Companhia Independente de Operações e Patrulhamento em Áreas Rurais da PMRN (CIOPAR), foi morta em tentativa de assalto em uma residência na praia de Camurupim, no município de Nísia Floresta. O marido dela ficou baleado, mas foi socorrido e sobreviveu.
Em 19 de agosto de 2022, um policial rodoviário federal foi baleado durante assalto na praia de Barreta, litoral sul do Estado. Três homens invadiram e assaltaram a residência. As vítimas foram dois policiais rodoviários federais e a família deles. Apesar de baleado, o agente da PRF sobreviveu.
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