
Pela primeira vez em duas décadas, a Selic, a taxa de juros de referência da economia, parou, nos últimos meses, de responder aos movimentos do IPCA, o indicador oficial de preços do país. A inflação resistente, longe da meta e deturpada por desonerações está entre razões citadas por economistas para o fenômeno.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (21) que a manutenção da taxa de juros em 13,75% pelo Banco Central é “irresponsabilidade”. O presidente também criticou Campos Neto, alegando que ele não tem compromisso com a lei de autonomia da instituição ao não se importar com a questão do emprego.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também voltou a criticar o patamar das taxas, afirmando que o juros estão “elevados” e indicando que Selic tem “gordura” para corte. O ministro anunciou ainda que um novo marco regulatório das PPPs (Parcerias Público-Privadas) está sendo concluído pela Fazenda.
O Federal Reserve inicia sua reunião de dois dias nesta terça-feira (21). Alguns dos principais observadores do banco central dizem que a instituição pode muito bem interromper novos aumentos de juros devido aos problemas recentes dos bancos ou até mesmo adiar a divulgação de novas projeções econômicas.
A Federação dos Bancos (Febraban) pretende chegar a um consenso sobre a taxa de juros para retomar o consignado até sexta-feira (24). Após encontro entre ministros e a equipe econômica do governo federal nesta segunda (20), a Febraban participou de duas reuniões nesta terça-feira (21) com Haddad.